FALECEU D. ANTÓNIO MARCELINO
Aveiro, 09 Outubro 2013 (Ecclesia) – D. António Marcelino, bispo emérito de Aveiro, faleceu hoje aos 83 anos de idade, no Hospital Infante D. Pedro, da cidade, anunciou a diocese em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O prelado foi recentemente hospitalizado, vindo a falecer esta tarde, pelas 17h30, refere o Gabinete de Imagem e Comunicação da Diocese de Aveiro (GICDA).
D. António Marcelino foi nomeado bispo coadjutor da Diocese de Aveiro em 1980, tendo sido bispo residencial de 20 de Janeiro de 1988 a 21 de Setembro de 2006, quando foi substituído por D. António Francisco dos Santos.
O seu funeral vai decorrer às 15h00 de sexta-feira, na Sé de Aveiro, seguindo depois o cortejo fúnebre para o cemitério central da cidade.
O corpo vai ser colocado esta quinta-feira na igreja do seminário de Aveiro, onde vai ser celebrada uma missa às 19h00, seguida de vigília de oração.
Para sexta-feira, às 09h00, está marcada a oração de laudes e transladação para a Sé de Aveiro, refere o GIDCA.
A página da internet da Diocese de Aveiro informava hoje que o estado de saúde do bispo emérito era "muito delicado", após ter estado também no Hospital de Coimbra.
Natural de Castelo Branco, onde nasceu a 21 de Setembro de 1930, D. António Marcelino foi ordenado padre em 1955, bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa em 1975 e coadjutor da Diocese de Aveiro em 1980, sucedendo a D. Manuel de Almeida Trindade no dia 20 de janeiro de 1988.
“Julgo que melhor herança à diocese não podia eu ter deixado. Aveiro bem merece pelo desenvolvimento que tem tido um bispo com a inteligência e a capacidade de trabalho de D. António Marcelino”, escrevia na altura D. Manuel de Almeida Trindade no jornal 'Correio do Vouga'.
D. António Francisco dos Santos, que sucedeu ao bispo agora falecido, disse no dia da tomada de posse que D. António Marcelino era um “construtor interpelativo e corajoso” de um “diálogo necessário e lúcido da Igreja com a sociedade”.
D. António Marcelino escrevia regularmente no Semanário ECCLESIA e no 'Correio do Vouga'.
O tema da renovação da Igreja mereceu recorrentes reflexões por parte de D. António Marcelino, em artigos de opinião publicados na Agência ECCLESIA.
O último artigo, publicado na edição de 12 de setembro do semanário digital, foi dedicado às mudanças em curso: "A vontade de não clarificar impede que se limpe o rosto da Igreja. Se as coisas não mudarem, com a pressa desejada, a Igreja irá perdendo a identidade e ficará mais à margem do Evangelho e da vida".
D. António Marcelino foi vice-presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) entre 1999 e 2005, participando no Sínodo dos Bispos sobre a Europa em 1991 e em 1999; presidiu à visita dos bispos de Portugal ao Vaticano, em 1999.
Na Diocese de Aveiro, criou o Instituto de Ciências Religiosas e promoveu um Sínodo ente 1990 e 1995, entre outras iniciativas.
O prelado foi presidente das comissões episcopais da CEP para as Comunicações Sociais - onde esteve na origem do programa «70x7» -, a Ação Social, a Família e o Apostolado dos Leigos.
Em 2000, quando completou 25 anos de bispo, D. António Marcelino foi agraciado pelo então presidente da República Portuguesa, Jorge Sampaio, com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, uma das mais altas condecorações do Estado.
O falecido bispo assinou ainda os livros ‘Pedaços de vida que geram vida’ e ‘A vida também se lê’.
PR/OC
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